Japão, 1614. Kouga e Iga são dois clãs ninja que têm vivido num longo estado de ódio entre si, datando até 400 anos atrás. Paz só tinha sido atingida recentemente devido aos esforços do primeiro Hattori Hanzo, que propôs uma trégua entre os clãs há já uns anos. Durante essa efémera paz, os sucessores a líder de ambos clãs, Gennosuke de Kouga e Oboro de Iga, destinavam-se a casar, como prova de amor e paz eterna. Porém, o actual shogun, Ieyasu, deparava-se numa indecisão entre dois possíveis sucessores, portanto, para ajudar a decidir, resolveu quebrar a trégua entre os clãs, escolhendo dez ninjas de (incluindo os líderes e seus sucessores) cada para lutar entre si. Dependendo da que ganhasse, o futuro shogun seria escolhido.
Quando comecei a ver a série, pensei para mim próprio que seria um Romeu e Julieta enquanto haviam lutas repetitivas de um contra um entre os ninjas, como gladiadores. Fiquei feliz ao aperceber-me que estava quase totalmente enganado. Claro que esses elementos existem, mas o enredo é interessante e surpreendente. E mesmo quando existe um ponto fácil de prever (como caso de alguns pontos fulcrais), Basilisk apresenta-o da forma mais desvastante.
Cada ninja tem a sua própria técnica única, e são todas diferentes do que se costuma ver (aqui não há nenhum “kage boushin no jutsu”, nem coisas do género), e sempre que têm de as usar, usam-nas da maneira mais inteligente possível, o que parece de início uma técnica inútil, acaba por ser mortal. Isto faz com que todo o conflito de Basilisk pareça uma guerra de inteligência, onde quem conhece melhor o inimigo tem mais oportunidades de ganhar. O melhor é que isso é transmitido de uma forma muito eficaz, pois o espectador entenderá isso facilmente.
Todas as personagens são carismáticas, claro que umas mais que as outras, mas cada uma consegue transmitir bem os seus sentimentos, sejam bons ou maus, fazendo todas as personagens facilmente distinguíveis entre si.
As relações entre personagens também está muito bem concebida, aliás, é o foco da série. Há ódio, amor, camaradagem, fraternidade, há de tudo, de maneira a ampliar os sentimentos de guerra para proporções colossais.
Em suma, um conjunto de um bom enredo e fortes sentimentos resulta num forte envolvimento por parte do espectador.
Animação:
Como esperado de uma série dos estúdios GONZO, Basilisk tem uma animação incrível. Nunca notei em nenhum uso de gráficos 3D, a série é constituída apenas por animação mais “clássica”, mas não esquecendo uma fluidez impecável e detalhe soberbo. O único problema que encontro com a série é que ela é realmente muito escura em certas partes. Outros podem também desgostar dos designs das personagens. Pouco há a dizer excepto isso.
Som:
No aspecto musical, Basilisk fica a ganhar. As músicas de fundo acompanham muito bem o desenvolvimento da acção. No entanto, penso que o tema de abertura e os dois temas de final de episódio não passam do campo mediano/bom. De certeza que haverá quem discordar. As vozes não só são muito adequadas mas também apresentam bons actores.
Prós:
Animação fantástica, personagens carismáticas e com detalhes fabulosos, forte transmissão de sentimentos.
Contras:
Pessoas que esperam acção pura e dura ficarão desiludidas com o foco nas emoções. Estas fazem por vezes o enredo evoluir mais lentamente. Os grandes pontos de viragem na história são previsíveis.
Conclusão:
Basilisk: Kouga Ninpou Chou é um anime de qualidade. Aconselhado a qualquer otaku já experiente, que já esteja informado acerca da direcção do anime. Tecnicamente, a série cumpre bastante bem, artisticamente também causa impressão.
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